domingo, 12 de agosto de 2012

«ASTROLABE»



O «Astrolabe» começou a sua carreira, em 1811, como navio comercial, usando o nome de «Coquille». Foi construído num estaleiro de Toulon, cidade francesa do Mediterrâneo de vocação marítima. Tinha 3 mastros (aparelhados em galera) e deslocava 380 toneladas. Media 32 metros (casco) por 8,50 metros de boca. O seu calado era de 4,25 metros. Adquirido pela armada francesa em inícios dos anos 20 do século XIX, este veleiro foi colocado sob as ordens do famoso navegador Dumont d’Urville, que, entre 1822 e 1825, com ele empreendeu e completou uma viagem de circum-navegação, durante a qual foram percorridas 25 000 léguas. Isso, sem perder um único homem de equipagem. Dumont d’Urville –famoso oficial da marinha e fidalgo de cepa normanda- utilizou, de novo este navio, durante um périplo que durou de 1826 a 1829 e durante o qual foram descobertos (em Vanikoro, ilha da Polinésia) os restos da malograda expedição de Lapérouse. Entre esses restos figuravam objectos que, levados para Paris por Dumont d’Urville, permitiram a sua indubitável identificação. O «Coquille» passou, desde então, a denominar-se «Astrolabe» em homenagem a uma das fragatas perdidas da expedição Lapérouse. Foi ainda a bordo deste modesto navio (que na marinha francesa teve o estatuto de corveta), que Dumont d’Urville descobriu –em 1840- a longínqua Terra Adélia, porção do continente antárctico. Curiosidades : Jules Sébastien César Dumont d’Urville (1790-1842) pereceu no primeiro grande desastre ferroviário ocorrido em França. A ele se ficou a dever uma das peças mais emblemáticas expostas pelo Museu do Louvre, a Vénus de Milo, que o navegador trouxe da Grécia.

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