segunda-feira, 6 de agosto de 2012

«ESTREMADURA»



O «Estremadura» e os seus congéneres («Alentejo», «Algarve», «Lagos», «Minho» e «Trás-os-Montes») foram, todos eles, construídos nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, entre 1960 e 1970. Pertenceram à frota fluvial da C. P. e, ulteriormente, à da Soflusa. Estes ‘vapores’ (terminologia usada pelas gentes do estuário do Tejo e, nomeadamente, pelos seus utentes) substituíram os obsoletos «Alentejo», «Trás-os-Montes» e «Évora» que, durante décadas, ligaram o Barreiro ao terminal lisboeta do Terreiro do Paço. Se comparados com os seus predecessores, estes elegantes navios de construção nacional eram unidades que ofereciam as vantagens da modernidade : mais espaço, mais conforto, mais fiabilidade, mais rapidez e mais segurança, sobretudo pelo facto de já estarem equipados com aparelhagem radar. Com capacidade para transportar 1 022 passageiros por viagem, o «Estremadura» foi o primeiro navio do seu tipo a ser colocado em serviço (24/01/1961). A sua arqueação bruta era de 700,67 toneladas e media 50 metros de comprimento fora a fora por 9,52 metros de boca e por 2,74 metros de pontal. O seu sistema propulsivo era composto por 1 máquina diesel MAN, que lhe facultava uma velocidade de cruzeiro de 13 nós. Os seus utentes -que se contavam por milhares, todos os dias- distribuíam-se por três cobertas, para percorrer um dos mais bonitos (senão o mais belo) e dos mais animados trechos do estuário do Tejo. O trajecto durava cerca de 25 minutos. O «Estremadura» foi desactivado após 30 anos de serviço, período durante o qual ele transportou centenas de milhar de viajantes. Como os demais ‘vapores’ da sua série, o «Estremadura» foi substituído por um dos rápidos catamarãs que, hoje (e desde 2004), asseguram carreiras diárias entre a capital e a cidade do Barreiro. O «Estremadura» foi desmantelado, como o foram todos os navios de passageiros desta notável série; à excepção, todavia, do «Lagos», que foi poupado, modernizado e vendido para a República de São Tomé e Príncipe.

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