quarta-feira, 15 de agosto de 2012

«LISBON MARU»


Cargueiro de bandeira japonesa construído, em 1920, pelos estaleiros navais de Yokohama para a famosa N.Y.K. – Nippon Yusen Kaisha, que foi, durante muitos anos, a mais poderosa companhia de navegação nipónica. O «Lisbon Maru» apresentava-se como um navio com 7 053 toneladas de arqueação bruta, medindo 135,60 metros de longitude por 17,70 metros de boca. Estava equipado com 2 máquinas a vapor de tripla expansão, que desenvolviam uma potência unitária de 632 nhp e que lhe autorizavam uma velocidade de cruzeiro de 12 nós. Além da carga geral, o navio estava apetrechado para poder receber 28 passageiros. A sua celebridade advém-lhe do facto de ter protagonizado uma das maiores tragédias marítimas ocorridas durante a 2ª Guerra Mundial, quando o «Lisbon Maru», depois de ter sido desviado (pela autoriade militar) das suas funções civis, passou a ser utilizado como transporte de tropas. Após a queda de Hong Kong, cidade ocupada pelas tropas de Hiro Hito em Dezembro de 1941, foram capturados alguns milhares de militares britânicos, que convinha ao Japão transferir para campos de concentração situados fora dos limites dessa colónia do rei de Inglaterra. Um dos navios seleccionados para executar essa missão foi o «Lisbon Maru», que largou daquele porto, para Xangai, no dia 27 de Setembro de 1942 com um número indeterminado de soldados japoneses e com 1 816 prisioneiros britânicos. Sem marcas que o identificassem com esse transporte especial de cativos de guerra, o antigo navio mercante foi interceptado –a 1 de Outubro, ao largo do arquipélago chinês de Tung Fucham- pelo submarino «Grouper», da armada dos Estados Unidos, e alvejado. Apenas 1 dos 6 torpedos expedidos pelo submersível atingiu o navio japonês, mas foi o suficiente para que o «Lisbon Maru» se afundasse e que, no seu naufrágio, se perdesse mais de um milhar de vidas. Não se conhece o número exacto de mortos, mas a verdade é que, no fim da guerra, só 748 dos 1 816 militares britânicos que embarcaram no «Lisbon Maru» regressaram a casa. Todos os outros pereceram no soçobro do navio ou morreram nos terríveis campos de trabalhos forçados montados (na China e algures) pelos nipónicos. Curiosidade : esta tragédia foi relatada por Tony Banham numa obra intitulada «The Sinking of the Lisbon Maru», publicada, em 2006, pela Hong Kong University Press.

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