sábado, 4 de agosto de 2012

«PORTO»


Último navio a ser construído no velho arsenal da Ribeira do Ouro (Lordelo do Ouro) a corveta «Porto» custou 25 000 réis à Armada Real Portuguesa. Os trabalhos de construção deste navio foram particularmente morosos, devido à dificuldade em arranjar pessoal especializado. Isto, numa altura em que os estaleiros do rio Douro estavam bastante activos e açambarcavam toda a mão-de-obra disponível na região norte do país. Assim, a quilha do navio foi assente em Março de 1846, mas o bota-abaixo só se verificou a 7 de Janeiro de 1848. Depois dos necessários acabamentos, este navio tomou a direcção de Lisboa, transpondo a barra do Tejo em 6 de Novembro do ano seguinte, a reboque de um vapor de rodas laterais da Armada denominado «Infante D. Luiz». Trazia a bordo uma guarnição de 75 homens e 3 passageiros. A corveta «Porto» -navio com casco em madeira e três mastros armados em galera- estava artilhada com 24 canhões. A primeira comissão de serviço deste navio levou-o à Madeira (onde conduziu o governador Fortunato José de Barros, um oficial general) e ao arquipélago de Cabo Verde. Durante a sua vida operacional patrulhou a costa lusa de lás a lés e efectuou várias viagens às colónias portuguesas de África, onde cumpriu missões de soberania. Em Janeiro de 1855 foi submetida a trabalhos de restauro. A sua carreira terminou, bruscamente, no dia 14 de Setembro de 1858, quando se encontrava fundeada na Azinheira (lugar da margem sul do estuário do Tejo), onde foi pasto das chamas, na sequência de um incêndio que se presume acidental. Considerado irrecuperável, o navio foi desarmado e riscado dos efectivos da Armada. Nota final : infelizmente não tivemos acesso a fontes que nos comunicassem certas características básicas deste navio, como o seu deslocamento, comprimento, boca, etc.

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